Quer ficar famoso ? Mate alguém... Aliás, mate muitas pessoas. Se puder matar alguém famoso, renderá alguns programas de Tv, documentários, alguém pode até escrever um livro sobre você ou quem sabe até um filme sobre a sua vida. Quanto mais grotesco e terrível for o seu ato, mais sucesso te renderá.
Dia desses, ás 2 da madrugada, vi um programa na TV falando sobre uma psicóloga que auxiliava mulheres que sofriam violência doméstica. Ela havia criado uma espécie de comunidade, em que essas mulheres poderiam criar seus filhos e trabalhar com tranqüilidade. Um projeto lindíssimo ás duas da manhã. Alguém sabe o nome dela?
No entanto, quem não conhece Wellington Menezes de Oliveira? Não precisa ser vidente, para saber o que qualquer programa de TV vai estar falando ao ligar a TV neste exato momento : A história da vida dele, crianças chorando(lembrando do que ele fez), um irmão falando como ele era quando criança, fotos da sua infância, pessoas indignadas com a tragédia (provocada por ele), comunidades do Orkut(sobre ele), mensagens no twitter(para ele), seu nome em milhares de páginas da internet, blogs etc Ou seja, em menos de 24h , Wellington se tornou celebridade.
Nunca liguei a TV ao meio dia para ver alguém falar de algo bom que aconteceu. Algo que deu certo. Algum político que fez uma boa ação, alguém que ajudou uma velhinha a atravessar a rua ou alguém que parou o carro para socorrer um cachorrinho acidentado.
No entanto, quando alguém comete um crime vira capa de jornal, revista, ganha espaço em programas de Tv. O interessante é que caso essa pessoa futuramente seja absorvida, por não ter sido considerada culpada, ninguém lembra de anunciar.
È como se só o trágico fosse atraente, interessante, comercial. Parece que existe uma espécie de “Comércio ideológico da tragédia”. As pessoas choram, sentem raiva, ficam horrorizadas e com isso compram jornais, revistas, param para assistir os programas e acabam acreditando que o impulso da vida é medo da morte.
Enquanto isso, os sociopátas que entendem essa lógica estão por aí, produzindo os seus espetáculos, e nós aqui, comprando as cadeiras para assistir.